É sabido que a vertente mais conhecida da Astrologia é a preditiva. O horóscopo, a adivinhação. Olha-se para o futuro, tenta-se adivinhar o que vai acontecer. Há até quem vá fazer uma leitura de mapa astral para que o astrólogo tome a decisão por si com base no que vê no mapa. Na minha visão, esta abordagem é muito redutora e, acima de tudo, desempoderadora. O mapa indica caminhos e tendências mas cabe-nos sempre a nós tomar a decisão final.
Ainda assim, se entendermos o que a Vida vai pedindo, se percebermos que estamos em momentos chave de tomada de decisão e se conseguirmos ver a encruzilhada desde o ponto de vista do observador, ficamos muito mais empoderados. Afinal, informação é poder e nesse aspeto o mapa astral pode sim ajudar já que quando analisamos os nossos trânsitos astrológicos ficamos a perceber os convites do Universo para possíveis processos de expansão de consciência e de transformação.
Mas afinal, o que são os trânsitos astrológicos?
A forma mais simples de entender é percebendo que o nosso mapa astral é uma representação simbólica do céu que inspirámos no momento em que nascemos. É como se alguém saísse do quarto em que nascemos, apontasse uma máquina fotográfica para o céu e registasse num único frame aquele momento astral único que nos define. No segundo seguinte, os planetas lá em cima continuam os seus caminhos e começam logo aí a interagir com a nossa energia. O tipo de impacto que essa interação tem na nossa vida depende do tipo de conversa que os planetas no céu têm com os planetas no nosso mapa. Conversas mais tensas vão gerar mais tensão interna e até externa, conversas mais harmoniosas vão fazer-nos sentir melhor, com mais facilidade em atuar em diversas áreas da nossa vida e por aí fora.
O trânsito que conhecemos melhor é o nosso Retorno Solar, ou por outras palavras, o nosso aniversário, que acontece quando, uma vez por ano, o Sol retorna ao ponto onde estava no momento em que nascemos.
Alguns planetas completam ciclos regularmente ao longo da nossa vida, como é o caso do Sol, Lua, Mercúrio, Vénus e Marte, que completam um ciclo em 3 anos ou menos. Outros demoram mais, como é o caso de Júpiter (12 anos), Saturno (28/29 anos,) Quíron (50 anos) e Urano – 84 anos. Alguns planetas nunca chegam a completar um ciclo durante uma vida inteira, como é o caso de Neptuno (165 anos) e Plutão (245 anos aproximadamente).
São os planetas que se movimentam mais lentamente que nos influenciam de forma mais transformadora ao longo da vida, havendo 6 momentos chave em somos convidados a tomar consciência do nosso caminho, das decisões que temos tomado, das dores que sentimos e vimos curar e dos novos caminhos que poderemos tomar em direção ao nosso Eu mais autêntico e ao nosso verdadeiro propósito de vida. São eles:
Primeiro Retorno de Saturno (entre os 27 e os 29 anos)
Saturno é o planeta associado às regras, à estrutura e à ordem. A cada 28/29 anos ele volta ao mesmo grau onde estava quando nascemos e quando isso acontece há normalmente um ou uma série de eventos que nos fazem começar a definir melhor quem somos, iniciando o processo de distanciamento daquilo que tínhamos sido condicionados a ser até então (pelo nossos pais, professores, amigos ou até chefes de trabalho). É o primeiro checkpoint no processo de amadurecimento constante que é a vida.
Quadratura de Plutão (36-39 anos)
Plutão é o planeta associado à transformação, à eliminação, à morte/renascimento. Ele vem agitar, transformar, terminar ou iniciar algo nas nossas vidas para acelerar o processo em direção ao nosso propósito e ao nosso verdadeiro Eu.
Quadratura de Neptuno (38-42 anos)
Este trânsito acontece muitas vezes em simultâneo com o anterior e pede conexão e introspecção profunda. Neptuno é o planeta associado à entrega, à espiritualidade e ao mistério. Este pode ser um momento de confusão, direção pouco clara e dissolução.
Oposição de Urano (42-44 anos)
Urano é o planeta associado à revolução, à inovação e ao futuro. Este trânsito tem o potencial de nos acordar, por vezes de forma repentina, e de nos alinhar com o nosso Eu mais autêntico. Após um período de introspecção profunda e conexão interna, conseguimos ver claramente onde estamos e para onde precisamos de ir.
Retorno de Quíron (49-51 anos)
No nosso mapa, Quíron indica uma ferida que nos foi dada no momento em que nascemos para que, enquanto a trabalhamos e curamos, possamos evoluir e nesse processo, quem sabe, curar outros à nossa volta. Este trânsito vem pedir que nos responsabilizemos por essa ferida e que façamos o trabalho necessário para a curar (a natureza da ferida é indicada pelo signo e casa onde Quíron se encontra no nosso mapa natal). Nesta fase é muito importante revermos a nossa dieta, os nossos hábitos diários e a forma como cuidamos (ou não) do nosso corpo. Curar esta ferida espiritual também poderá ser determinante para a nossa saúde a partir daí.
Segundo Retorno Solar (56-58 anos)
Este é o segundo checkpoint no tal caminho de amadurecimento e responsabilização. A ideia é refletir, rever tudo o que foi vivido até aí, os caminhos percorridos e os que se podem ainda percorrer, entendendo que esta fase da vida, que muitas vezes implica a chegada da reforma, não tem que ser de desempoderamento, desresponsabilização e de um arrumar as botas mas sim de assumir mais e mais o que somos, a nossa sabedoria e visão do mundo, assumindo também a função de guiar, impactar e inspirar de forma sábia e consciente as gerações vindouras.
Para finalizar, sublinhar que todos passamos por estes trânsitos, a única diferença é se o fazemos de forma consciente ou inconsciente. Se os vivermos de forma consciente, o que vamos notar é que a vida flui, vamos aceitando as diferentes fases e saíndo mais fortes e despertos de todas elas. Se os vivermos de forma inconsciente, a vida terá fases mais desafiantes e frustrantes, possivelmente com mais desconforto emocional e até físico e em muitos momentos não conseguiremos entender o porquê de certas situações acontecerem ou de não nos sentirmos totalmente realizados e verdadeiramente vivos. Nas duas abordagens não há certo nem errado. Há sim, a possibilidade de escolha, sempre.
Carolina Palmeiro
Innerview
Neste momento, podes seguir e aprender sobre os principais momentos astrológicos e várias curiosidades do Zodíaco na sua página de Instagram @carolina.innerview.
Boa tarde,
Pretendia fazer uma marcação para a leitura do mapa astral.
Em tempos vi que tinha agenda cheia para 2021. Se já tiver a agenda de 2022 aberta, peço que me diga possiveis datas e preço.
Muito obrigada
Célia
Célia, este site é meu (Joana) não se efectuam marcações para a Carolina nos comentários 🙂