Innerview: As Casas Astrológicas | Carolina Palmeiro

Quando interpretamos um mapa astral nunca podemos analisar os diferentes símbolos separadamente. Na base estão sempre os signos, os planetas e as casas. Voltando à analogia dos ingredientes necessários para fazer o bolo (mapa astral): o primeiro ingrediente são os signos, o segundo são os planetas e o terceiro são as casas.

Os planetas descrevem um determinado tipo de energia (por exemplo, Mercúrio refere-se à energia mental), os signos descrevem a forma como usamos essa energia e as casas indicam a área da vida em que essa sinergia acontece.

Hoje a minha proposta é analisar cada uma das 12 casas e perceber o que cada uma representa. Para que a leitura seja mais interessante, sugiro que gerem o vosso mapa em astro.com e o vão explorando à medida que vão lendo, dando especial atenção às casas que estão mais habitadas (que têm mais planetas) e à casa em que está o Sol.

Vamos então!

 

Casa 1
Esta é a casa que abre a roda zodiacal e define o Ascendente, sendo por isso uma das mais importantes. Regida por Carneiro, esta é a casa do Eu. Aí se define a aparência física, a forma como nos apresentamos ao mundo e pode também mostrar as forças e os pontos mais frágeis do corpo.
Quem tem esta casa muito habitada é corajoso, criativo, independente, defensivo, impaciente e centrado em si próprio e no corpo físico.

Casa 2
Regida por Touro, esta casa é a que nos põe em contacto com a terra. Fala dos nossos recursos, da melhor forma de ganhar dinheiro, das finanças, dos dons e talentos, das posses materiais e do valor, tanto das coisas como de nós próprios.
Também fala do prazer e por isso quem tenha esta casa muito habitada adora experiências que estimulem os 5 sentidos assim como poder fazer as coisas ao seu ritmo e passar tempo na natureza. Aqui pode haver também tendência ao apego já que os bens materiais trazem a sensação de segurança e estabilidade.

Casa 3
Esta é a casa da comunicação e dos estudos. Regida por Gémeos, aqui encontramos a curiosidade que nos leva ao estudo, às conversas, às trocas de informação e até às pequenas viagens que fazemos por trabalho ou relacionadas com educação. Nesta casa também estão os irmãos, primos, tios, vizinhos e aqueles amigos que consideramos família.
Quem tenha esta casa muito habitada tem uma grande vontade de comunicar, de perceber (todas!) as coisas detalhadamente, é muito sociável, curioso e tem muita energia mental, o que pode trazer indecisão e dispersão.

Casa 4
Esta casa encontra-se no ponto mais baixo do mapa e fala de nutrição e pertencimento. Regida por Caranguejo, a casa 4 alberga os temas relacionados com a família, o passado, a infância, a ancestralidade, as raízes, a vida íntima, o lar e os bens imobiliários.
Quem tem esta casa muito habitada gosta de estar na segurança do lar, junto da família, pode carregar em si padrões conscientes ou inconscientes que foram absorvidos da família e ter tendência a viver demasiado no passado, agarrado ao medo.

Casa 5
Esta é a casa da criatividade e do coração. Regida por Leão, fala do amor, das paixões, do lazer, dos filhos e de todos os projetos que criamos ao longo da vida.
Na casa 5 tudo é ardente! As paixões, o romance e até o drama. Há uma necessidade de validação e de assumir quem se é e aqueles que têm esta casa muito habitada são muito leais, gostam de estar rodeados de pessoas que lhes dêem atenção e que os adorem. Com um coração romântico, querem sentir a adrenalina da paixão em todas as áreas da sua vida, caso contrário perdem o interesse.

Casa 6
Esta é a casa da saúde, das rotinas, da qualidade de vida e do trabalho. Regida por Virgem, alberga as rotinas diárias e o ambiente de trabalho que são mais benéficas para cada um. Fala da importância do respeito pelos ritmos do corpo e da influência do bem-estar emocional no bem-estar físico. Integra também uma grande vontade de ajudar a servir o próximo.
Pessoas com a casa 6 muito habitada gostam de rotinas e de organização, podem ter muitos cuidados com o corpo e um estilo de vida saudável mas também ter uma tendência para o excesso de preocupação, ansiedade e até hipocondria.

Casa 7
Esta é a casa das parcerias. Regida por Balança, vivem nela os casamentos, as relações platónicas, as sociedades empresariais e também os inimigos assumidos, ou seja, as pessoas que sabemos que não gostam de nós mas com quem temos de lidar diariamente.
Quem tem esta casa muito habitada tem um charme especial e gosto por tudo o que é harmonioso e justo. É sociável e tem facilidade em pôr-se no lugar do outro mas pode perder-se das suas opiniões e criar relações de codependência.

Casa 8
A casa 8 é a casa da transformação. Regida por Escorpião, ela lembra-nos que nada na vida é permanente e que todos os ciclos têm um fim. Esta casa também fala sobre tudo o que é invisível, inclusivamente o dinheiro invisível – impostos, multas, dívidas, heranças, empréstimos – e sobre o sexo como um ato de fusão de almas e de entrega emocional profunda.
Quem tenha esta casa muito habitada armazena muitas memórias ao longo da vida, depara-se frequentemente com os mistérios da existência e com as suas sombras e está em constante transformação.

Casa 9
A casa 9 é a casa dos estudos académicos e das grandes viagens em busca da Verdade. Regida por Sagitário, contém temas como a espiritualidade, a filosofia e a religião. Aqui procura-se a verdade Universal e individual através da experiência.
Quem tenha esta casa muito habitada adora viajar e viver aventuras, tem facilidade em falar várias línguas, é normalmente otimista, direto, prático mas pode ter dificuldade em ficar muito tempo no mesmo sítio e em parar e integrar intelectualmente todas as experiências vividas, ficando sempre na procura da próxima experiência.

Casa 10
Este é o ponto mais alto do mapa, onde tentamos alcançar os nossos objetivos, viver o nosso propósito e realizar a nossa vocação. Regida por Capricórnio, a casa 10 fala sobre trabalho, carreira, ambição, hierarquia, status, sucesso, compromisso e reconhecimento.
Assim, quem tem a casa 10 muito habitada é normalmente ambicioso, com uma grande capacidade de trabalho e de liderança, podendo por vezes ser demasiado controlador e dominante. Valoriza o reconhecimento e precisa dele já que pode ter tendência para duvidar das próprias capacidades.

Casa 11
Esta é a casa da comunidade, dos amigos, do futuro, dos ideais e esforços humanitários. Regida por Aquário, contém nela qualquer trabalho voluntário, militância política ou ação que crie um impacto na sociedade ou na humanidade.
Quem tem esta casa muito habitada precisa de espaço e de liberdade, de poder ser como é, não gosta de seguir regras e de ir a favor da corrente, vive de olhos postos no futuro, nas redes sociais, no mundo digital e quer impactar o mundo mas pode cair numa certa rigidez mental que o afasta dos outros.

Casa 12
Esta é a última casa, onde tudo culmina e se dissolve. Regida por Peixes, é a casa da espiritualidade, da solidão e das experiências místicas. Nesta casa moram as dores da humanidade, as memórias inconscientes, os traumas da infância e também os sonhos.
Quem tem esta casa muito habitada é extremamente criativo, introvertido, sensível e compassivo. Sente uma grande necessidade de nutrir e ajudar os mais desfavorecidos e pode ficar demasiado melancólico e entregue ao medo de sentir as suas próprias dores e vulnerabilidades.

 

Finda esta viagem pelos diferentes palcos da vida, é importante lembrar que estes são os temas associados a cada casa mas que, para compreender na totalidade as dinâmicas e energias que se manifestam em cada uma, é fundamental olhar para todos os elementos que compõe o mapa, os signos que cada casa intercepta, as dinâmicas entre os planetas que se encontram em cada uma delas e por aí fora.

Mencionar ainda que a atividade nas casas é altamente influenciada pelos trânsitos, ou seja, uma casa que normalmente não requer muita atenção, ou seja, uma área da nossa vida que normalmente não têm grandes problemas ou expansão significativa (noutras palavras, que sentimos que anda sempre em “banho maria”) passará, por exemplo, por um período de ativação e expansão enquanto o planeta Júpiter transitar por ela ou por um período de restrição e aprendizagem durante um trânsito de Saturno.

 

Carolina Palmeiro
Innerview

 

Neste momento, podes seguir e aprender sobre os principais momentos astrológicos e várias curiosidades do Zodíaco na sua página de Instagram @carolina.innerview.

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